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NEWSLETTER . DEZEMBRO 2017
Chanson Portugal - Grupo Filtrarte
 
 
DEZEMBRO - NATAL COM SAÚDE
 
 

A 14 de Novembro evocou-se o Dia Mundial da Diabetes e Dezembro é tradicionalmente um mês onde se consomem muitos doces - é a oportunidade para falarmos de açúcar e de alternativas mais saudáveis. 

 
 

Quem não gosta de doces, gelados e todos aqueles outros deleites feitos com a doçura favorita de todos - o açúcar?
Sabe porque gosta de doces? 
Porque se habituou ao seu sabor e aos seus efeitos! Porque lhos deram desde pequenino/a, porque lhos deram quando estava triste ou a passar por um mau momento! 
Então, comer algo doce passou a estar associado, na sua experiência de vida e no seu subconsciente, a afecto, a reconforto emocional, a algo tranquilizador...
Mas se nunca tivesse provado nada doce, sentiria a sua falta ou seria infeliz?
Claro que não!

 
 
BREVE HISTÓRIA DO AÇÚCAR
 
 

 
 
O açúcar está na nossa alimentação há muitos séculos…
A cana-de-açúcar é provavelmente proveniente da Nova Guiné (Indonésia) e, inicialmente, expandiu-se pela China e Índia. Originalmente, as pessoas mastigavam a cana crua para extrair a sua doçura. Os primeiros métodos de refinação foram desenvolvidos por habitantes da Índia, por volta do ano 500 a. C. 
As plantas permaneceram exóticas na Europa até à chegada dos árabes que começaram a cultivá-las na Sicília e em Espanha. 
Somente após as Cruzadas, o açúcar começou a competir com o mel como adoçante na Europa. Com a melhoria do método de extracção que permitia extrair o dobro, na década de 1390, iniciou-se a sua expansão económica com plantações de açúcar em Andaluzia e no Algarve. Na década de 1420, o açúcar foi transportado para as Ilhas Canárias, a Madeira e os Açores, e, em 1492, foi levado para as Américas por Cristóvão Colombo.
Foi denominado de “ouro branco” pelos ingleses porque enriqueceu toda a Europa a partir do século XVI. Durante três séculos, o açúcar foi, de longe, o mais importante dos produtos do comércio externo e representava um terço da economia de toda a Europa. 
 
Por falta de mão-de-obra para o extrair, inicia-se o comércio dos escravos, aprisionados ao seu cultivo durante mais de 300 anos. 
As plantações de açúcar davam emprego a militares, que as guardavam – vigiavam os escravos para conter a sua rebelião, pois estes eram em número muito superior aos dos fazendeiros, donos das plantações.  
Durante o século XVIII, o açúcar tornou-se enormemente popular. O aumento da sua procura decorreu, de uma grande mudança nos hábitos alimentares de muitos europeus, os mais abastados, que começaram a consumir pastelaria, doces, chá, café, cacau e alimentos processados. 
Durante séculos, o açúcar tem sido sinal de riqueza, de poder, de emprego e de prazer.

Hoje em dia, praticamente todos os alimentos processados têm açúcar na sua constituição: desde os cereais, aos refrigerantes, às bolachas, bolos, gelados, comidas pré-cozinhadas, pizzas, pão, salgadinhos, molhos industriais, etc., etc.

Se há 500 anos que o açúcar faz parte da nossa alimentação como podemos não gostar dele? 
Como pode ser mau?
 
 
AÇÚCAR E SAÚDE
 
 
“Em Portugal, […] os hábitos alimentares inadequados (19%) surgem como o fator de risco que mais contribui para o total de anos de vida saudável perdidos pela população portuguesa.
Os hábitos alimentares inadequados constituem também um dos principais fatores de risco para a obesidade, sendo que […], a obesidade surge em terceiro lugar (13%) no conjunto de fatores que mais contribuem para o total de anos de vida saudável perdidos. 
Os hábitos alimentares inadequados incluem a ingestão excessiva de açúcares simples, […] adicionados aos alimentos e bebidas pela indústria alimentar, pelos manipuladores de alimentos ou pelos consumidores e, os açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sumos de fruta e concentrados de sumo de fruta.” (*)

Como sabe, o consumo constante de açúcar condiciona níveis crescentes de produção de insulina, que, por sua vez, irá condicionar o depósito de gordura (que é a forma do açúcar ser armazenado nas nossas células) que levarão ao aumento de peso e, com o tempo, à obesidade. 
Devido á obesidade, o corpo deixa de ter competência para gerir algumas hormonas, desregulando os órgãos, e, levando à resistência à insulina por parte das células, pois estas não querem receber mais açúcar no seu interior uma vez que já têm muita gordura acumulada. 
Um corpo obeso e metabolicamente desregulado terá futuros possíveis, de todos nós conhecidos, tais como: hipertensão arterial, aumento de colesterol e triglicéridos no sangue, doenças cardiovasculares (como aterosclerose, enfarte cardíaco e acidentes vasculares cerebrais), indo até à insuficiência renal, doença neurológica periférica com falta de sensibilidade (podendo condicionar amputações dos membros inferiores), doença da retina (podendo ir até á cegueira), entre outras… 

Este cenário dantesco não pretende assustar mas chamar á realidade - não é inteligente esconder a cabeça debaixo da areia! 

 
A Diabetes, e as suas consequências orgânicas acima referidas, consume 1% do produto interno bruto de Portugal!!!
Cerca de 400 milhões de pessoas no mundo sofrem de diabetes e 5 milhões morrem por ano devido a esta doença. Um em dois adultos com diabetes não está diagnosticado. 
Como talvez não saiba, a ingestão de açúcar (directamente ou nas bebidas e alimentos processados que o incluem) causa a acidificação e a inflamação de todo o organismo, condicionando desde dores articulares, até alterações no sistema nervoso central, tais como: dificuldade de concentração, dificuldade de aprendizagem, hiperactividade e deficit de atenção, distúrbios de comportamento, alterações de humor, e… contribuindo também para a doença de Alzheimer - a diabetes tipo 3).
Estes efeitos nefastos decorrem não apenas pelo efeito directo da glicose (o principal constituinte do açúcar), mas pelo facto de ela causar desgaste do nosso corpo, condicionando desmineralização dos nossos ossos, contribuindo, assim, para a osteoporose. 
Isto não sabe mesmo: o consumo de açúcar altera a constituição da nossa flora intestinal, isto é, das várias populações distintas de bactérias que habitam nos nossos intestinos, condicionando o crescimento de bactérias dependentes de açúcar. Que consequências? Se cresce o número destas bactérias, maior é a fome-de-açúcar que sentimos! A compulsão para doces decorre daqui! 
Solução: como as bactérias só vivem 20 minutos, se evitar todos os doces durante uma semana, no final dela, já não voltará a sentir a compulsão pelos doces e o seu humor vai ficar muito mais estável! Além do mais, se costuma ter dorezinhas articulares apesar de não ter artroses, vai verificar que essas dores irão desaparecer!

Uma alimentação saudável é aquela que é rica em nutrientes: minerais, vitaminas, gorduras essenciais e boas proteínas. O açúcar e os restantes hidratos de carbono, particularmente, as massas, bolachas, biscoitos, bolos e pão, têm muito pouco interesse pois são praticamente vazios em nutrientes, sendo apenas calóricos – calorias vazias. 
“Alimentos” apenas calóricos e sem nutrientes não são nutritivos, são antes anti-nutritivos e contribuem para o nosso envelhecimento!
Há evidência científica de que uma alimentação rica em nutrientes e pobre em calorias (hidratos de carbono) é a que permite maior longevidade!

Manuela Cerejeira - médica
 
 
VAMOS FALAR DE SAÚDE?!?
 
 
Como acontece para outros hábitos, o do consumo de açúcar, pode ser alterado. Qualquer novo hábito demora apenas 21 dias a ser integrado na nossa rotina! É pouco tempo numa vida, certo?
Dedique apenas um mês da sua vida e introduzir um hábito que irá durar para toda a restante vida. Vamos a isso?
A cada semana diminua o consumo de açúcar: 
 
 
Deixe de consumir refrigerantes! 
Fuja das bebidas açucaradas e lembre-se que um litro de leite com chocolate consegue ter mais açúcar do que um litro de cola.
 
 
Diminua para metade o açúcar que adiciona ao café, chá, leite, e no volume de açúcar que usa para confeccionar bolos; duas semanas depois, diminua para um quarto.
 
 
Caso consuma cereais, escolha cereais naturais não açucarados; depois pode adicionar-lhes passas-de-uva, pedaços de tâmaras ou figos secos, para adocicar o resultado final
 
 
Troque as barras de cereais, bolachas e afins, por frutos secos e sementes. Faça as suas misturas com avelãs, amêndoas, nozes, sementes de abóbora e de girassol, passas-de-uva, tâmaras ou figos secos.
 
 
TRUQUE GENIAL: de cada vez que lhe apetecer um doce, beba antes um bom COPO DE ÁGUA! 
Preenche o estômago e ajuda a eliminar açúcar pela urina, baixando os níveis de açúcar no sangue e contribuindo para a perda de peso!
 
 
E se essa água for água alcalina e com propriedades anti-oxidantes, os seus efeitos serão ainda mais benéficos por ser anti-inflamatória e por contribuir para a reversão da diabetes, como está demonstrado cientificamente.

Gostamos dos sabores que gostamos porque nos habituámos a eles. À medida que nos formos habituando a menor intensidade de doce, essa nova dose passa a ser sentida como “boa, ao passo que a antiga dose (maior) vai passar a parecer-lhe excessiva.

Está nas suas mãos abraçar esta mudança mas há uma verdade que importa registar: 

AÇÚCAR HOJE, DOENÇA AMANHÃ!

 
 
RECEITA DE NATAL SAUDÁVEL 
FATIAS DOURADAS 
(por Magda Roma)
 
 

INGREDIENTES:
 6 fatias de pão de forma
 250ml de bebida vegetal de coco
 1 pau de canela
 1 colher de sopa de licor
 1 pitada de baunilha
 1 colher de chá de curcuma em pó
 1 colher de sopa de óleo de coco
 2 colheres de sopa de linhaça moída
 Canela em pó q.b.

 

PREPARAÇÃO:
Colocar 200ml bebida vegetal a aquecer, juntamente com o pau de canela, a baunilha, a curcuma, a linhaça e o óleo de coco, quando estiver quente demolhar as fatias de pão.

Num tabuleiro forrado com papel vegetal, levar ao forno pré-aquecido a 200ºC cerca de 15 minutos - virar as fatias e deixar a alourar do outro lado.

Colocar um pouco da calda e canela em pó sobre as fatias.

 
 
A sugestão desta receita para um Natal mais saudável foi preparada pela Magda Roma, nutricionista (ON1301) com vasta obra publicada sobre alimentação saudável, veganismo e prevrenção do cancro (Dieta M, 
A Dieta Anto-Cancro e O Livro de Receitas Vegan).

Organiza regularmente cursos e workshops temáticos sobre nutrição e prepara-se para lançar o seu canal youtube no início de 2018.
Recentemente publicou o livro O que Faz Bem e o Faz Mal que aproveitamos para sugerir como presente natalício.

Neste Natal, ofereça saúde...